05/09/2024 às 09h01min - Atualizada em 05/09/2024 às 09h01min

Cavalo Campeiro Marchador: a relevância histórico-cultural e a tradição na região

Cabanha das Palmeiras de La. Cristo Rei/SJO possui 12 animais

Vandro Welter
Jornal Força d'Oeste
Vandro Welter
É provável que você tenha pouco conhecimento sobre cavalos e certamente ainda não ouviu falar da relevância histórica e cultural do Cavalo Campeiro Marchador das Araucárias.  
A preservação da raça permanece muito forte na região de Curitibanos/SC, mas recentemente encontrou adeptos na região Extremo Oeste catarinense. Sua origem é atribuída ao extravio de animais por expedições espanholas que partiram do litoral de Santa Catarina até Assunção/Paraguai por volta de 1728.
O proprietário da Cabanha das Palmeiras de La. Cristo Rei/São João do Oeste, Felipe Reichert, possui 12 animais dessa raça. Além da criação de potros, comercializa coberturas dos garanhões. Segundo Reichert, o cavalo campeiro tem como principal característica o andar marchado, o qual proporciona grande conforto ao cavaleiro.
“Trata-se de uma raça indicada para passeios e lazer em longos percursos. É próprio para as lidas do campo, apresenta bom desempenho em esportes rurais, principalmente em disputas de laço. Chama a atenção por sua inteligência, docilidade e destreza”, destaca.
Em outubro de 2023, Felipe Reichert esteve participando da Expolages com três cavalos em categorias distintas. Na oportunidade obteve a façanha de trazer a premiação de Reservado de Grande Campeão de Morfologia dos Machos com o animal Xerife das Palmeiras.
Na oportunidade o cavalo Xerife competiu com animais que já foram premiados em outras exposições como a Expointer, onde ficaram campeão da categoria de 36 a 48 meses e Reservado de Grande Campeão Geral. Felipe ressalta que todos os animais levados para essa exposição foram premiados. “Só levamos cavalos da raça Campeiro Marchador”.
Da região, além de Felipe Reichert da Cabanha das Palmeiras, esteve participando, Sérgio Staub, parceiro de sua cabanha, e também Franciano Blanc Alves, da Cabanha Pampa das Tunas. Ambos competiram com quatro animais, sendo que igualmente todos obtiveram alguma premiação. 
 
A PAIXÃO
Felipe despertou seu interesse por cavalos ainda criança. “O início da lida foi quando o meu avô comprou um cavalo e eu tinha 12 anos. A gente sempre andava e sempre gostava de mexer com bichos e participamos de cavalgadas e rodeios. Mais tarde tive oportunidade de fazer curso de doma”, enfatiza.
Reichert possui formação em Medicina Veterinária. “Também fiz uma prova para ser técnico e jurado da raça campeiro em Curitibanos/SC e a partir daí sou inspetor técnico e jurado do cavalo campeiro. Posso estar avaliando e emitindo o registro desses animais”, informa Felipe.
Segundo ele, os cavalos que vieram da Europa são considerados de alta classe por proporcionar um andar mais cômodo. “Esses animais da Europa acabaram se cruzando no Brasil com outros cavalos e fizeram surgir uma nova raça. Para a criação dessa nova raça foram consideradas as características de marcha e morfologia, apresentando melhor adaptação em regiões mais montanhosas. Essa raça é propícia para a lida e cavalgadas”, enumera Felipe Reichert.
 
REGIÃO
Em 2023 aconteceu a criação de um núcleo de criadores do Extremo Oeste em São Miguel do Oeste. O objetivo seria de anualmente proporcionar um encontro onde seriam feitas avaliações dos animais em relação ao melhoramento genético, visando melhorar a qualidade dos animais.
“Há quatro anos iniciei a criação desses animais em minha propriedade em La. Cristo Rei. Adquiri as coberturas de um garanhão que veio de Caxias do Sul/RS, adquirido pelo Franciano Blanc Alves, da Cabanha Pampa das Tunas. A partir daí conseguimos fazer cruzamentos que fizeram surgir animais de excelente qualidade e que passaram a participar de feiras”, explica.
 
INTERESSADOS
Felipe Reichert conta com 12 animais da Raça Campeiro Marchador. “Tenho éguas de cria, potros, potrancas e vendo sêmen desses garanhões. Possuo animais domados e auxiliamos na doma para quem eventualmente tiver interesse. A propriedade está aberta para visitação, podendo olhar e testar os animais”. O contato pode ser efetuado pelo telefone/WhatsApp: 99105-5983 (Felipe).  
Reichert coloca-se a disposição para quem necessitar de registros técnicos. “Se o produtor possui um animal bom de marcha, pode chamar e vamos até a propriedade para avaliar e podemos encaminhar para eventual registro. Há considerável procura por esses animais em função deles proporcionar conforto nas cavalgadas e passeios”, informa e convida.  
 
CARACTERÍSTICAS
Animal versátil e robusto, é muito apreciado pela marcha confortável, ideal para cavalgadas em longos percursos, e também por sua funcionalidade no dia a dia no campo. A raça foi oficializada pelo Ministério da Agricultura em 1985. 
 
HISTÓRIA
A origem da raça é atribuída ao extravio de animais por expedições espanholas que partiram do litoral de Santa Catarina até Assunção/Paraguai. Os primeiros registros oficiais de cavalos selvagens nos planaltos de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e também no Sudoeste do Paraná são de 1728. A região era conhecida como Pinheiras do Brasil, por isso o Cavalo Campeiro também é chamado de Marchador das Araucárias.
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