05/09/2024 às 08h42min - Atualizada em 05/09/2024 às 08h42min

Produção artesanal de vassouras: quase 5 décadas dedicadas à atividade

Morador de Itapiranga mantém tradição viva na família

Luane Diehl
Jornal Força d'Oeste
Luane Diehl
Elas são parceiras inseparáveis de muitas donas e donos de casa. Fortes e resistentes, as vassouras de palha possuem características únicas, que as destacam entre os outros modelos.
São leves, fáceis de usar e eficientes para varrer poeira e sujeira em diversos tipos de pisos. Sua estética rústica e durabilidade são características valorizadas por quem busca opções mais sustentáveis.
Preferências assim garantem o trabalho para Celso Schmitz, de Linha Cotovelo/Itapiranga. Celso possui 73 anos de idade, é aposentado e há quase 50 anos se dedica à produção artesanal de vassouras. Com um investimento relativamente baixo e um custo-benefício bom, a atividade, além de ser um passatempo, também é uma pequena fonte de renda.
A vontade de iniciar a produção começou quando Celso visitou seu tio em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul. Foi lá que conheceu o processo rústico de produção e se interessou pela atividade. Decidiu então investir em sua propriedade. O primeiro passo foi a construção de uma máquina que facilitaria o seu trabalho. Com o conhecimento adquirido com seu familiar no RS, Celso construiu uma máquina que auxilia na produção artesanal da vassoura. Essa máquina é utilizada até os dias atuais. “Eu era pedreiro por muitos anos e tinha experiência na construção e em trabalhos manuais, isso facilitou na hora de montar a máquina”, informa.
A criação serviu de inspiração para vários outros produtores da região, que visitaram a propriedade para copiar a máquina e pegar dicas com Celso.
O processo de produção é bastante simples, mas exige alguns cuidados para que a vassoura tenha qualidade e dure por mais tempo. A matéria-prima está no campo e o primeiro passo é efetuar a limpeza do terreno e fazer o plantio da cultura.
A planta usada é parecida com o sorgo. Com a diferença no cacho, que é bem mais flexível. A cor amarelada das sementes mostra o ponto certo da colheita. Os ramos são cortados com precisão por quem cresceu no meio da lavoura.
Do campo, os ramos vão direto para o galpão, onde são dispostos em arrames, na sombra, para a secagem. “Esse é ponto importante a se cuidar e que faz toda a diferença na qualidade e durabilidade da vassoura: não se deve secar os ramos no sol”, explica Celso.
Após a secagem, é preciso retirar as sementes, com o auxílio de uma máquina também criada por Celso. “Uma parte das sementes guardamos para o próximo plantio da cultura”, ressalta.
Em seguida, Celso inicia o processo de produção da vassoura. Com a experiência e prática adquirida ao longo de quase 50 anos de atividade, ele leva entre 10 a 15 minutos para confeccionar uma peça. Os cabos utilizados são adquiridos em Tunápolis.
A amarração, uma das principais etapas, tem que ser bem ajustada. Para isso, Celso utiliza uma espécie de agulha para fazer a costura da vassoura. O acabamento é a parte final da produção. Para que elas durem mais, são guardadas sempre com a palha para cima e protegidas do sol e da chuva.
“Atualmente sou aposentado e como passatempo produzo vassouras. Esta arte milenar sempre foi uma importante fonte de renda para a nossa família. Em épocas boas, eu produzia em torno de 2 mil vassouras por ano.
Celso destaca que abastece diversos mercados do município, como a Cooafi, Mercado Tobi, Mercado Flach e Comercial Harmonia. Além disso, diversas vezes comercializou vassouras para empresas maiores ou famílias. Elas são vendidas ao preço final de R$ 40,00. Para quem deseja adquirir alguma, poderá entrar em contato pelo telefone: 3678-7213 ou (49) 99133-9381.
A atividade conta com o auxílio de toda família, principalmente da esposa Jacinta, 72 anos de idade, também aposentada. Na propriedade também reside o filho do casal, Gelson, juntamente com sua família, que trabalham com gado leiteiro. Gelson é quem realiza o plantio e a colheita do sorgo para que Celso possa produzir as vassouras. Gelson pretende dar continuidade à atividade com o passar do tempo.
Além da produção artesanal de vassouras, Celso e Jacinta se dedicam ao cultivo de hortaliças. Há alguns anos eles construíram uma estufa, onde plantam um pouco de tudo o que é consumido na propriedade. Para eles, é uma alegria conciliar seu tempo na produção de vassouras e plantio de hortaliças.
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