Luane Diehl A pitaya, também conhecida como “fruta-do-dragão”, vem ganhando espaço cada vez maior no mercado regional. Além do aumento no consumo, há quem busque aumentar a produção da fruta. É o caso de Cleiton Rhoden, que reside na Linha Raigão Alto, próximo ao perímetro urbano de Tunápolis.
Há cinco anos Cleiton vem se especializando na produção de pitayas de diferentes variedades. “Muitos não conhecem, mas existem várias espécies, as quais se diferenciam pela cor da casca e polpa”, informa.
Entre as mais conhecidas e produzidas, então: a espécie Selenicereus undatus, com casca vermelha e polpa branca. A Selenicereus costaricensis, com casca e polpa na coloração vermelha. Já a espécie Selenicereus setaceus apresenta frutos com a casca vermelha e espinhos, e a polpa é branca. Por fim, a espécie Selenicereus megalanthus possui a casca amarela com espinhos e polpa branca. Dentre as espécies citadas, destaca-se a Selenicereus undatus, que é a mais cultivada no Brasil e em todo o mundo.
Cleiton é agricultor e trabalha com gado leiteiro. O interesse em produzir pitaya surgiu após acompanhar algumas publicações feitas por produtores. Cleiton arrumou mudas e iniciou seu primeiro canteiro. Ao longo do tempo, foi adquirindo experiência e aprimorando as técnicas de produção.
“Aos poucos fui testando e adaptando a produção de acordo com as preferências do consumidor final”.
Para Cleiton, cuidar dos pomares de pitaya, além de agregar renda para a propriedade, é um grande passa tempo. “Requer muito cuidado e dedicação. Fui aprendendo o manejo pegando dicas em vídeos, pesquisas e conversas com outros produtores”, informa.
As pitayas podem ser descritas como plantas perenes e que apresentam hábito de liana (trepadeira). Entre os principais cuidados com a planta, Cleiton destaca o controle adequado na quantidade de água. “Apesar de se parecer com um cacto, é uma planta que precisa de um controle adequado de água, por isso faço uso de irrigação durante épocas de seca. Quando há excesso de chuva, também há perdas na produção”, informa.
A adubação e o cuidado com o solo também são os diferenciais, Cleiton utiliza adubos orgânicos, como restos de alimentos e esterco de gado ou aves. “O solo dever ter uma boa cobertura, ou seja, as raízes das plantas não podem ficar muito expostas prejudicando, pois isso prejudicaria seu desenvolvimento. Além de ser rico em matéria orgânica, o solo deve ser aerado e bem drenado
O plantio pode ser realizado em qualquer época do ano, desde que as condições ambientais sejam ideais para o pé de pitaya. A propagação é realizada com estacas do caule, retiradas da planta mãe, com mudas de cerca de 30 a 40 centímetros”, informa.
Entre as principais dificuldades da produção, Cleiton ressalta os períodos de radiação solar e calor intenso, que acabam prejudicando o desenvolvimento das plantas. “Para minimizar essas perdas, irei instalar sombrite em todos os pomares, o que irá demandar um certo investimento”.
Cleiton não utiliza agrotóxicos na produção, apenas produtos e receitas naturais, garantindo um produto ainda mais saudável.
COLHEITA A temporada de maior colheita ocorre durante os meses de janeiro e fevereiro. “Como no último inverno não teve a ocorrência de muita geada, começamos a colher os frutos antes neste ano. Com tantas variedades diferentes, os únicos meses em que ficamos sem produção da fruta é em outubro e novembro. A expectativa para as próximas safras é colher entre 5 a 6 mil quilos da fruta. Atualmente, consigo comercializar toda produção para o consumidor final, a aceitação é muito boa e pretendo aumentar ainda mais a produção, pois a demanda é crescente e quem experimenta uma vez recomenda a fruta para os familiares, amigos ou conhecidos”.
Além de vender as frutas, Cleiton comercializa mudas, agregando mais renda para a propriedade.
O GOSTO DA FRUTA Cleiton destaca que entre os principais segredos para se colher uma fruta com sabor adocicado e mais marcante, é esperar o momento certo para fazer a colheita. “Muitas pessoas consideram a pitaya uma fruta sem gosto. Geralmente as vendidas em supermercados vieram de regiões distantes, e foram colhidas quando ainda não estavam bem maduras. Como ela é uma fruta atemporal, ela não amadurece fora do pé, como acontece com a banana, por exemplo. O segredo é colher a fruta diretamente do pé quando estiver bem madura, garantindo assim um gosto espetacular”, finaliza.