15/08/2024 às 17h31min - Atualizada em 15/08/2024 às 17h31min

25 anos na agricultura e a nova fase de transformação

Com 59 anos, Valdecir Tacca fala sobre as dificuldades da vida no campo e sua adaptação ao mercado de cooperativas

Jéssica Rebelatto
Divulgação

Valdecir Tacca, agricultor de 59 anos, compartilhou sua experiência e desafios na agricultura ao longo dos 25 anos que vive em Campo Erê. Natural de Abelardo Luz, ele se estabeleceu na cidade e dedicou-se à agricultura desde então. 

“Trabalho na agricultura desde que me conheço por gente”, diz Valdecir. Atualmente, ele possui uma propriedade onde cria um pouco de gado, ovelhas e suínos. No entanto, devido a idade avançada e problemas de saúde, Valdecir está reduzindo suas atividades com os animais. “A idade está chegando e meus filhos não querem mais continuar na propriedade”, explica. 

Apesar de manter a propriedade, Valdecir planeja arrendar a maior parte da lavoura, enquanto consome os animais restantes. Ele ressalta que a rotina de um agricultor é árdua, começando às 5h da manhã e se estendendo por longas horas diárias, sem folga nos finais de semana. “Muitos acham que a vida na agricultura é tranquila, mas é um trabalho puxado e exigente”, afirma.

As condições climáticas adversas também representam um desafio significativo para os pequenos agricultores, impactando diretamente na produção e nos lucros. “Chuvas intensas ou muito sol podem arruinar a produção, desmotivando os agricultores”, comenta Valdecir. 

Além disso, ele destaca a falta de viabilidade econômica na criação de suínos, mencionando que é mais barato comprar um suíno do que criá-lo desde pequeno. “A qualidade de vida é um fator, mas economicamente não compensa”, diz. 

Buscando novas oportunidades, Valdecir se envolveu com a cooperativa da agricultura familiar, participando de licitações para a merenda escolar e feiras do agricultor. “O esforço é menor, porém a responsabilidade é maior. Conversar com agricultores, organizar a produção e comercializar são desafios diferentes, mas compensadores”, concluiu. 

A transição por essa nova área trouxe satisfação para Valdecir, que agora se dedica a organizar a produção e a venda dos produtos da cooperativa. “Estou contente com a decisão. O esforço é menor, mas a preocupação é maior”, admite.


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